Vi uma reportagem* interessante a respeito do livro Jesus - O maior executivo que já existiu de Charles C. Manz que é um dos mais cotados entre os best-sellers de carreira.
O autor tira lições práticas para o mundo dos negócios, dos ensinamentos de um líder espiritual de sucesso, no qual foi lembrado por seus seguidores, passando a ser difundido e lembrado até mesmo muitos anos depois de sua morte, algo que é desejado por muitos empresários.
O trunfo de Manz é conseguir fazer com que o leitor receba essas lições e pense sob uma nova óptica sobre elas.
Para isso, ele inicia a reflexão em cima da necessidade que todas as pessoas, sejam elas líderes ou seguidores, em fazer uma autoanálise para que se possa descobrir os defeitos e levantar as qualidades próprias, o que evita as preocupações com os problemas dos colegas de trabalho. Manz chega a afirmar que o apego em apontar os problemas dos outros cria uma falsa superioridade, capaz de contribuir para os esquecimentos das próprias falhas.
Nessa linha, a posição de líder acaba sendo semeada entre as pessoas humildes e que reconhecem suas imperfeições. Isso inclui ainda uma postura de saber ouvir e não de julgar as pessoas, já que cada um sabe de suas limitações.
Em seguida, Manz toca, com jeito, em assuntos complicados, como o reconhecimento nos locais de trabalho. Ele sugere que para ser o maior e o primeiro é necessário ser o melhor e o último, algo impensável por muitos empresários. Para isso seria necessário combater a vaidade e a necessidade de importância pessoal. Pode parecer banal, mas um exemplo ligado ao futebol, ajuda a elucidar melhor, como o caso do técnico argentino Daniel Passarella quer treinou a equipe da França, em 1998. Ele condicionou a convocação a uma passagem no barbeiro. Uns aceitaram como o atacante Gabriel Batistuta e o volante Fernando Redondo se recusou ficando fora da lista. No final prevaleceu sobre Passarella um reconhecimento negativo como autoritário e arrogante, que o levou à saída após o torneio.
Outra lição que é apresentada no livro é sem dúvida, uma das mais primordiais: a voltar a ser criança. Não com a imagem de passividade, dependência e fragilidade. Mas com as qualidades de alegria, da curiosidade questionadora e das brincadeiras, que ajudam a relaxar na hora certa, além de aumentar a criatividade.
Não basta apenas buscar os melhores profissionais para integrar os quadros de uma empresa. Mas importante que isso é o bom relacionamento com os colegas, a capacidade de ouvi-los e de reconhecer os esforços coletivos e individuais.
A inspiração de Manz, com certeza se deu na maneira de Jesus contar suas parábolas, que sempre retomavam casos vividos pelos apóstolos, ou seja, fazendo comparações e retomando os assuntos, sem deixar de dar espaço para cada um dos seus seguidores, inclusive Judas Iscariotes. Este livro sugere uma liderança positiva, ancorada em compaixão, compreensão, capacidade de perdão das falhas e utilização delas para aperfeiçoamento e não para julgamento precipitado de um funcionário que comete um erro.
*Jornal Diário da manhã – Goiânia, 02/05/2006
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